Novo rombo na Fusan: A conta chegou (de novo) R$ 83,7 milhões!!!

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O comunicado emitido pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) nesta terça-feira (25/11/2025) caiu como uma bomba — mas infelizmente, uma bomba anunciada — no colo dos trabalhadores e aposentados. A empresa anunciou a aprovação de um novo Plano de Equacionamento do Déficit Técnico do FusanPrev, referente ao encerramento de 2024, no valor total de R$ 83,7 milhões.

Deste montante, a Sanepar arcará com R$ 41,2 milhões. O restante? Sairá, mais uma vez, do bolso dos participantes e assistidos, com descontos previstos para começar em abril de 2026 e se estender até 2038.

A tragédia por muitas vezes anunciada por este Sindicato se confirmou, e a “previsibilidade” desse desastre só não foi vista por quem não quis enxergar. E quem paga a conta dessa festa macabra de incompetência? Nós! Os trabalhadores e aposentados.

Para quem acompanha o histórico da Fundação, os números não surpreendem, mas indignam. Este novo déficit é a materialização dos sucessivos alertas emitidos pelas entidades representativas sobre a fragilidade da gestão e a opacidade dos investimentos.

A crônica de um prejuízo anunciado

Ao analisar o histórico de denúncias dos últimos três anos, fica evidente que o rombo atual não é um acidente de percurso, mas sintoma de um problema estrutural que foi ignorado pelos gestores.

  1. O alerta de 2022: Riscos ignorados

Ainda em dezembro de 2022, o Sindael já denunciava o que chamava de “golpe nos trabalhadores”. Na época, a gestão tentava utilizar recursos do Fundo Coletivo de Desligamento para cobrir rombos de 2021. (Leia aqui.)

“A falha operacional é atribuída a fatores tais como a Pandemia… fatores que poderiam ser evitados caso os gestores tivessem alterado a política de investimentos para um perfil mais conservador”, alertava a nota de 30/12/2022.

A recusa em adotar um perfil conservador em momentos de crise econômica, apontada lá atrás, cobra seu preço agora em 2025.

  1. Onde foi parar o dinheiro? (Janeiro de 2023)

No início de 2023, questionamentos duros foram feitos sobre perdas inexplicáveis em fundos de ações e multimercados. O déficit acumulado já beirava os R$ 200 milhões em setembro de 2022.

A pergunta feita à época continua sem uma resposta convincente: “Má gestão, fraudes ou ingerência política?”. A insistência em manter carteiras arriscadas, mesmo após os prejuízos de 2021 e 2022 (que geraram um equacionamento de R$ 81,2 milhões na época), demonstra uma teimosia administrativa que lesa o patrimônio do trabalhador. (Leia aqui.)

  1. Mudança de cadeiras sem transparência (Setembro de 2023)

A saída repentina do diretor financeiro em setembro de 2023, tratada apenas como “vacância no cargo”, deixou um vácuo de explicações. O Sindicato questionou na ocasião: “Em quem recairá a responsabilidade pelo rombo financeiro?”. (Leia aqui.)

A resposta chegou com o comunicado de ontem: a responsabilidade recaiu, novamente, sobre o contracheque do sanepariano.

R$ 83,7 milhões de rombo!

A repetição de déficits milionários (R$ 81,2 milhões referentes a 2021 – Leia aqui – e agora R$ 83,7 milhões referentes a 2024) aponta para uma incapacidade crônica da FUSAN em atingir suas metas atuariais.

Enquanto a FUSAN historicamente se defende alegando que “não perdeu dinheiro, apenas rentabilizou abaixo da meta”, o efeito prático para o aposentado é o mesmo: redução do benefício líquido por mais de uma década.

É hora de abrir a caixa preta!

O novo equacionamento, que se estenderá até fevereiro de 2038, compromete o futuro de milhares de famílias. As denúncias de que a diretoria da FUSAN atua de “modo autoritário” e em “tabelinha” com a Sanepar para repassar prejuízos ganham força com este novo episódio.

Não se trata apenas de pagar a conta. A Fusan precisa se explicar:

  1. Auditoria independente nas carteiras de investimento que geraram esse déficit de 2024.
  2. Responsabilização dos gestores que ignoraram os pedidos por uma política mais conservadora.
  3. Transparência total sobre as decisões tomadas entre 2023 e 2024 que levaram a este novo resultado negativo.

Estamos diante de um escárnio, uma prova cabal de irresponsabilidade administrativa que beira a má-fé. Olhem para os números, eles não mentem: o novo rombo de R$ 83,7 milhões é uma cópia vergonhosa do desastre anterior de R$ 81,2 milhões.

Isso é a prova definitiva de que as “medidas corretivas” prometidas em 2023 foram uma mentira. Nada mudou. A sangria continua exatamente a mesma, o que nos leva a concluir que ou a diretoria é completamente incompetente e incapaz de aprender com os próprios erros, ou existe algo muito mais podre nessa gestão que insiste em errar do mesmo jeito.

NÓS AVISAMOS! O Sindicato alertou, e denunciou que essa política de investimentos de “cassino” ia quebrar a cara. Fomos ignorados. A arrogância dos gestores, que preferiram manter o dinheiro do trabalhador em risco, agora cobra seu preço.

Graças a essa gestão desastrosa, o trabalhador e o aposentado terão o bolso saqueado mensalmente pelos próximos 12 anos.

É uma sentença: até fevereiro de 2038, estaremos pagando por erros que não cometemos, sustentando a ineficiência de diretores que continuam em seus cargos confortáveis enquanto o nosso benefício diminui.

 

 

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