Editorial: Qual o papel do Sindael
Amigos trabalhadores e trabalhadoras, chegamos ao fim de mais um ano (ufa), 2020 pareceu-me inacabável, um ano para ser apagado da história. Crises, pandemia e a execração dos direitos dos trabalhadores.
A luz da história, percebe-se que o sindicalismo na luta por maiores conquistas possui fases, há momentos de ascensão e de declínio, e da mesma forma deve ser analisada o Sindael quando olhamos para o número de sindicalização e da nossa capacidade de mobilização dos trabalhadores.
Altos e baixos na relação capital-trabalho são motivados por ciclos econômicos, pela geração ou não de empregos, pelo clima político ideológico, pelos comportamentos das elites políticas com relação aos sindicatos.
Em 2020 vimos aflorar políticas anti-sindicais, divisões partidárias no chão de fábrica, egoísmo e rivalidades entre sindicatos. Tudo isso só contribuiu para o enfraquecimento do poder sindical.
Ao longo da história, sindicalistas e trabalhadores (a classe operária) superaram estes momentos de declínio social e moral. Vimos por exemplo em nossa própria categoria de trabalhadores, (e pasmem) dirigentes sindicais que ainda não compreenderam a importância do Sindicato.
Discursos de que dirigentes sindicais vivem na mordomia e por isso sindicatos devem acabar, é chancelar o que dizem governos e patrões, que tentam de forma desenfreada desmoralizar as entidades que defendem os trabalhadores.
Atuar intransigentemente na defesa dos trabalhadores, este é o papel do sindicato, mas nesta relação capital-trabalho existe uma corda, que delimita a atuação sindical, e se uma das partes estica demais ela arrebenta, e não é difícil prever que sempre sobra para o lado mais fraco. E em 2020 infelizmente o mais fraco é o trabalhador.
Nunca antes vimos a classe operária tão desunida.
Enxergam apenas seu próprio umbigo e caem como um “patinho” sem a menor consciência, na onda de pôr fim ao único instrumento que os trabalhadores têm para impedir que sejam cada vez mais explorados na relação desigual entre capital e trabalho.
O discurso que movimentos grevistas são de vagabundos que promovem a balburdia atingiu os trabalhadores, e estes aceitam a idéia daqueles que exploram e sugam sua força de trabalho, e pagam pouco! Muito pouco.
Trabalhadores esquecem da sua origem e começam a atuar com unhas e dentes na defesa das idéias daqueles que são os verdadeiros responsáveis por surrupiar direitos, pela miséria do povo, pela insegurança generalizada, pela educação precária e uma saúde pública cada vez mais restrita aos abastados!
O Sindael evoluiu, 2020 foi um ano de adaptação e renovação. Idéias e pensamentos foram deixados de lado, a crise abriu os olhos dos dirigentes. A situação caótica que vivemos despertou um sentimento de rebeldia contra a “casa grande”, não mais seremos submetidos a exploração. Basta de sermos enganados e ludibriados.
E você trabalhador e trabalhadora, deve entender de vez que só o sindicato pode mudar o retrocesso, somente mobilizados e unidos poderemos evoluir em direitos.
Mais do que nunca, o futuro dos trabalhadores está nas mãos dos sindicatos e das suas ações.
É o momento de refletir: Entendam de uma vez por todas que políticos e patrões não enxergam nós como pessoas em nossa dignidade, estes só nos veem como objeto de manobra e forma de obterem cada vez mais lucros.
Ou lutamos unidos como fizeram nossos pais, ou seremos a geração de pessoas abjetas a luz da história.
A crise nos faz fortes. E o Sindael para ser forte precisa dos trabalhadores.
Que neste natal, os ideais de Jesus, por um mundo mais justo, onde todas as pessoas tenham o direito de viver com dignidade, e o amor pelo próximo te motive a lutar contra a tirania, a injustiça e a desigualdade.
Neste momento da história nós somos os pobres, doentes e marginalizados da sociedade.
É a hora da revolução. É o momento de agir.
Que 2021 seja melhor que 2020.
Pela diretoria do Sindael.
Marco Antônio de Paula Santana.
A GGPS está mandando email aos saneparianos dizendo que a diretoria da Sanepar assegura que o modelo linear permanece. Não acredito acho que isso é só para nos manter calados e na hora H eles nos passam a perna.