Quarta-feira: Déficit da Fusan continua sem respostas!
Esta quarta-feira 26, foi marcada por um alvoroço e intensa indignação entre os trabalhadores da Sanepar. Um dia após o anúncio do déficit de R$ 83,7 milhões no FusanPrev, os canais de comunicação do Sindael foram inundados por centenas de perguntas dos participantes, mas, até o momento, nenhuma resposta partiu da Fusan.
Em resposta aos questionamentos dos participantes sobre a obrigatoriedade de arcar com os custos da má gestão, o Sindael teve que explicar o contexto da cobrança.
A obrigatoriedade está na Lei Complementar Nº 109/2001, que rege a previdência complementar fechada. Segundo esta lei, o resultado deficitário do plano de previdência é de responsabilidade compartilhada. Isso significa que a conta do déficit deve ser dividida proporcionalmente entre a patrocinadora (Sanepar), os participantes ativos e os assistidos (aposentados).
O que ainda não sabemos é sobre a causa do déficit recorrente e a falta de responsabilização dos gestores que o provocaram. A Fusan precisa se explicar, os trabalhadores e assistidos não vão aceitar o novo ônus financeiro – que se estenderá até 2038 – sem o devido detalhamento e a responsabilização dos responsáveis pela administração do fundo.
O déficit atual de R$ 83,7 milhões é praticamente idêntico ao equacionamento anterior (R$ 81,2 milhões), que já havia gerado fortes críticas em 2023. “Ora, isso está muito estranho!”, declarou o presidente do Sindael, Marco Santana. “Novamente déficit? E por que o valor é quase igual ao anterior? Isso não é coincidência, é a prova de que as medidas corretivas prometidas pela Fusan em 2023 foram ineficazes! O prejuízo é crônico, e quem paga a conta dessa falha sistemática é o trabalhador.”
Outro ponto de revolta é a informação contida no comunicado da Sanepar, pois ela afirma que já possuía uma “provisão contábil no Balanço Patrimonial… que contempla o déficit apurado no encerramento do ano de 2024.”
Se a Sanepar tinha conhecimento técnico e formal da dimensão do déficit ainda em 2024 (tanto que o provisionou), por que a Fusan e seus gestores mantiveram o Sindael e os milhares de participantes na ignorância até o anúncio de novembro de 2025?
“A Fusan terá que nos explicar por que o trabalhador é o último a saber de um prejuízo que recai diretamente sobre seu contracheque. Esta omissão é uma afronta.”, afirmou Marco.
O Sindael irá cobrar que a Fusan detalhe o porquê do novo déficit. Entre as medidas a serem tomadas o Sindael cobrará uma prestação de contas detalhada: A Fusan deve detalhar quais investimentos, fundos e ativos foram responsáveis pelo prejuízo de 2024.
Além disso, não é possível que gestores incapazes continuem a brincar com o futuro e os recursos dos trabalhadores. É necessário o afastamento imediato dos gestores responsáveis pela política de investimentos que comprovadamente fracassou.



