20 de Novembro I Dia da Consciência Negra
Um dia que levou anos para ser minimamente reconhecido. Pode parecer pouco, mas é um dia importante – tão importante que não foi unanimidade.
O racismo e o preconceito que ainda habita entre muitos, e que não aceita o lugar de destaque da luta negra, fez com que esta data fosse facultada. Veja só, facultada… Um dia de luta pela dignidade e pelo reconhecimento da história negra dependendo da boa vontade de alguns.
Eles não queriam esse dia!
É um dia para olhar para o presente e enxergar como o racismo ainda dita quem tem direito ao básico no Brasil. E devemos falar do mínimo, do essencial para todos: água e saneamento.
Parece papo técnico, mas é pura realidade cruel: o racismo estrutural tem cheiro de esgoto a céu aberto e gosto de sede.
Não é coincidência!
As estatísticas gritam: onde o saneamento é precário, onde a água é tratada como luxo, é ali, na esmagadora maioria das vezes, que vive a população negra e pobre das periferias.
É inaceitável que, no Brasil de hoje, você possa mapear o racismo seguindo a falta de água e esgoto. Onde a torneira está seca e o esgoto corre na rua, ali mora a população negra que o Estado insiste em esquecer. A nossa luta, no Dia da Consciência Negra, é por um saneamento 100% público.
A falta de infraestrutura decente, que gera doenças e impede a dignidade, é uma consequência direta de uma sociedade que historicamente marginaliza a vida negra. A água, que deveria ser um direito, se torna um vetor de desigualdade social.
A luta antirracista não é um anexo para o movimento sindical, é o coração dele.
Para o Sindael, lutar contra a privatização é uma forma de lutar contra o racismo.
Porque quando o saneamento vira negócio, o lucro manda, e as comunidades periféricas, menos “rentáveis”, são as primeiras a serem deixadas para trás. A água vira mercadoria cara, inalcançável para quem mais precisa.
A luta é única: Trabalhadoras e trabalhadores não aceitam um Brasil onde a cor da pele define o tamanho dos seus direitos.
Juntos na luta!
