A que preço devemos aceitar o PDV da Sanepar?
O Sindael vem a público reafirmar sua posição de que, para a proposta de Programa de Demissão Voluntária (PDV) da Sanepar ser levada à deliberação, é essencial que a empresa compreenda a necessidade de rever tanto as questões institucionais quanto as indenizatórias.
Isso impacta não apenas os trabalhadores que desejam aderir ao programa, mas também aqueles que permanecem ativos, pois a situação interfere drasticamente na vida de ambos e está diretamente relacionada às ações judiciais em andamento que envolvem práticas de assédio moral institucional praticadas pela empresa contra seus empregados e que não pode ser ignorado na assinatura do PDV.
Além disso há outras ações judiciais em andamento, que buscam garantir direitos fundamentais para os trabalhadores, como o pagamento de insalubridade e o cumprimento do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR).
A Sanepar, ao tentar implementar esse PDV onde os trabalhadores devem abrir mão dos seus direitos, promove deliberadamente e insistentemente assédio moral institucional, e uma tentativa de enfraquecer as conquistas da classe trabalhadora.
A tentativa de pressionar as entidades sindicais para que deliberem sobre este PDV mostra o desespero da Companhia.
O Sindael não pode aceitar que o esforço da empresa em reduzir custos seja pago pela vida e o bem-estar daqueles que construíram a Sanepar com seu suor e dedicação.
Em ações judiciais já em andamento, o Sindael e demais sindicatos buscam resolver questões sérias como a sobrecarga de trabalho, que tem gerado um aumento alarmante nos casos de burnout, dependência química e alcoolismo entre os trabalhadores.
O quadro de pessoal deficiente, que já leva à pressão constante para obter resultados cada vez maiores, será agravado ainda mais com a saída de trabalhadores que ocupam funções críticas. O PDV, se assinado, não resolveria essa situação, ao contrário, deixaria setores inteiros da empresa mais vulneráveis, especialmente nas áreas que mais necessitam de reforço.
A empresa, que se posiciona como comprometida com as boas práticas de ESG (Environmental, Social, and Governance), na verdade, tem se mostrado distante dessa imagem. Embora busque valorizar sua responsabilidade ambiental, social e de governança na bolsa de valores (B3), a realidade do ambiente de trabalho dentro da Sanepar é muito diferente. A precarização das condições de trabalho, a falta de pessoal e o não cumprimento do PCCR revelam um quadro alarmante de desrespeito com os trabalhadores.
Além disso, a proposta de contratação de novos funcionários, sem garantir prazo de contratação ou mesmo assegurar que esses trabalhadores sejam alocados nas áreas que mais necessitam de reforço, revela a falta de planejamento por parte da empresa.
Essa abordagem não resolve os problemas reais enfrentados pelos trabalhadores e ainda permite que a Sanepar substitua profissionais da base operacional por outros de diferentes funções, o que não contribui para melhorar as condições de trabalho.
Aceitar essa proposta de PDV sem garantias seria um retrocesso para toda a categoria e uma forma de deslegitimar a luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e pelo cumprimento do PCCR.
A Sanepar precisa entender que, em vez de tentar reduzir custos à custa da precarização do trabalho, deve investir em soluções que melhorem as condições de trabalho e respeitem os direitos dos trabalhadores.
O caminho para o crescimento e para a verdadeira responsabilidade social passa pelo reconhecimento e valorização dos empregados, não pela imposição de um PDV que afasta os trabalhadores sem oferecer compensações justas.
O Sindael, portanto, continua firme na luta, defendendo os direitos dos trabalhadores e a preservação de todas as conquistas históricas da categoria.
A luta é por um futuro melhor, onde a dignidade do trabalhador seja respeitada e não seja sacrificada por interesses corporativos que não consideram a saúde, o bem-estar e os direitos daqueles que tornam a empresa funcional e muito lucrativa!
Não podemos abrir mão dos nossos direitos ou a Sanepar isso é uma ultrage desses diretores novos que não sabem o que passamos na Sanepar primitiva temos que ter no mínimo honra para deixar a empresa com a cabeça erguida e sentir que tivemos o mínimo de valor… não podemos aceitar isso