Coletivo Sindical e Sindael cobra justiça no PPR 2025 e alerta: terceirização ameaça PPR
O Sindael está em alerta diante do risco de os empregados da Sanepar serem penalizados injustamente no PPR de 2025. A preocupação foi destacada durante reunião do Coletivo Sindical com a Diretoria da Companhia, realizada na manhã desta quinta-feira (9), quando o sindicato expôs graves distorções nos indicadores que compõem o programa.
Segundo o presidente do Sindael, Marco Santana, parte dos resultados que influenciam o PPR depende diretamente de serviços terceirizados, e não da atuação do quadro próprio da empresa.
Essa dependência, afirma ele, tem provocado prejuízos ao desempenho coletivo e ameaça reduzir o valor da remuneração variável dos trabalhadores. “O problema é que indicadores estratégicos, como o de perdas (IPL), estão sendo afetados pela má execução de serviços terceirizados. A Sanepar terceirizou atividades essenciais, caça-vazamento, troca de ramais, substituição de hidrômetros, e o trabalhador próprio acaba pagando a conta por falhas que não são suas”, apontou.
Terceirização: o calcanhar de aquiles dos indicadores
O Sindael vem alertando há meses que a política de terceirização adotada pela Sanepar tem se tornado um verdadeiro “calcanhar de Aquiles” dos indicadores de desempenho. Em Londrina, por exemplo, a meta de substituição de 20 mil hidrômetros resultou em apenas 3 mil trocas efetivamente realizadas, um desempenho que, segundo o sindicato, não reflete o empenho dos trabalhadores, mas sim a incapacidade das contratadas de cumprir prazos e metas.
“Há setores praticamente paralisados, porque as equipes terceirizadas não conseguem executar as demandas”, afirmou Marco. “Enquanto isso, a base de Londrina e Cambé acaba sendo retratada como ‘patinho feio’ nos gráficos de desempenho, o que é injusto e desrespeitoso com quem está dando o máximo no dia a dia.”
O presidente do Sindael destacou ainda que o problema é estrutural e decorre de uma má gestão dos contratos terceirizados, que já resultou em diversos processos de multa e ressarcimento contra a própria Sanepar. “A empresa precisa assumir a sua responsabilidade. Os empregados não podem ser penalizados por decisões equivocadas da alta gestão”, reforçou.
Propostas de mudança e cobrança de transparência
Durante o encontro, o Coletivo Sindical apresentou à diretoria da Sanepar um documento técnico com propostas de alteração nos critérios de avaliação do PPR. O objetivo é desvincular o desempenho dos trabalhadores próprios das falhas de gestão das terceirizadas, garantindo que o programa de resultados realmente cumpra sua função de reconhecer o mérito e o esforço da categoria.
O Sindael também cobrou da Companhia uma postura mais transparente na divulgação dos indicadores e nos critérios de medição, além de mecanismos de correção que evitem que distorções externas impactem a remuneração dos empregados.
“O PPR precisa ser justo, e a justiça começa quando a empresa reconhece quem realmente faz o serviço acontecer. O trabalhador não pode ser transformado em bode expiatório de um modelo de terceirização que não funciona”, concluiu Marco Santana.
O sindicato aguarda agora um posicionamento formal da Sanepar sobre as propostas apresentadas e reforça que continuará atuando de forma firme e técnica para defender os direitos e o reconhecimento de todos os trabalhadores.