Sanepar: Entre cortes e sobrecarga, trabalhadores exigem 6,97% de reajuste
A situação na Sanepar chegou a um ponto crítico. Sob a gestão de Claudio Stábile, a companhia abraçou a ideia de “fazer mais com menos” de uma maneira que desafia o bom senso e a dignidade dos trabalhadores. Mais de 12% dos funcionários foram cortados, mas, ao contrário do que se esperaria, o trabalho só aumentou para quem ficou. E não pense que sobrou mais dinheiro para distribuir entre os remanescentes; os salários foram apertados tanto quanto a força de trabalho.
Enquanto isso, os acionistas estão vendo seus bolsos ficarem cada vez mais cheios. Parece que a Sanepar esqueceu quem realmente mantém a engrenagem funcionando. Os trabalhadores, cada vez mais sobrecarregados e subestimados, estão chegando ao limite. O ambiente interno está tenso, fervilhando. É questão de tempo até que a insatisfação exploda e trará só um resultado: greves e manifestações, trazendo prejuízos muito maiores do que qualquer economia feita às custas deles.
A oferta de míseros 1% de aumento real é, na melhor das hipóteses, uma piada de mau gosto. Com mais de 7.000 empregados dedicados sentindo o peso de serem constantemente exigidos por mais e recompensados com menos, esse gesto soa como provocação.
A Sanepar precisa acordar para a realidade: os trabalhadores não estão apenas pedindo um reajuste de 6,97% por capricho. Esse número é o grito desesperado de quem está no limite, de quem faz a companhia funcionar dia após dia, chuva ou sol, pandemia ou normalidade. É o mínimo para compensar a exploração que vem sendo normalizada sob o disfarce de eficiência.
Jogar com a paciência dos trabalhadores é um jogo perigoso. A história está cheia de exemplos do que acontece quando quem faz tudo funcionar é ignorado. A Sanepar tem a chance de mudar de rumo agora, de reconhecer o valor de seus trabalhadores antes que o custo da negligência se torne muito alto.
Os trabalhadores da Sanepar estão mandando um recado claro: eles não estão dispostos a ser cúmplices da própria opressão. Estão unidos, fortes e, acima de tudo, decididos. A Sanepar precisa ouvir e agir, e rápido. O reajuste de 6,97% não é apenas um número.
É um apelo por respeito, reconhecimento e justiça.