PPR: Sindicatos decidem por realizar assembleias.

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Não é segredo para os trabalhadores que vivemos um ano atípico e diferenciado. Vivemos uma epidemia que matou quase meio milhão de pessoas.

Também é claro para os trabalhadores que a Sanepar nos últimas anos teve lucros exorbitantes, que sempre se reverteu em lucros para os acionistas, e algumas migalhas para os trabalhadores.

Em 2021 as entidades sindicais lutaram como nunca, e unidas conseguiram que o valor original de pouco mais de 9 mil reais passasse a quase 11 mil. Mas isto não é tudo.

Nós enquanto representantes dos trabalhadores, não podemos ver apenas as cifras que irão cair na conta bancária, temos que ver o próximo ano. A Sanepar cedeu em alguns pontos, concordou com alguns pedidos dos sindicatos, entretanto bateu o pé que quer assinar o ACT de PPR por dois anos.

As entidades sabem que assinar por dois anos um PPR, onde sabemos que há metas que não serão atingidas é um risco muito sério. Pois se em 2021 conseguimos ampliar de 9 para quase 11 mil reais, as expectativas é de que se for mantido o formato atual, em 2022 receberemos 8 ou 7 mil reais.

É aí que mora o perigo! Não pensem os trabalhadores que os patrões pensam nos trabalhadores, eles apenas querem saber dos lucros. É apenas por isso que nós estamos brigando até o último momento pelo item do ACT de 2 anos.

Em reunião hoje com o Coletivo Sindical que negocia com a Sanepar, ficou claro que é uma armadilha. Não podemos assinar por 2 anos sem algumas ressalvas: Primeiro queremos ser informados periodicamente dos índices (assim como fazem com os acionistas), segundo queremos ter poder de negociar estas metas periodicamente também, para assim evitarmos surpresas desagradáveis em 2022, terceiro queremos a garantia da distribuição linear do ACT, quarto: Queremos um piso mínimo de recebimento do PPR dos trabalhadores, e por fim, que tais termos sejam inseridos no ACT/PPR 2021/2022.

Sem podermos ver as metas e indicadores periodicamente, não podemos assinar este ACT por dois anos.

Também queremos que a Companhia respeite as entidades sindicais. Ela não pode incentivar os trabalhadores a fazerem “pressão” nas entidades sindicais, uma artimanha da empresa, e aqui aos responsáveis pela negociação, em obterem seus objetivos de forma mais fácil.

Nós, os sindicatos queremos apenas proteger os direitos dos trabalhadores, pois se tivéssemos assinado este PPR lá no início, como alguns empregados queriam, teríamos perdido muitas conquistas.

O bom senso deve prevalecer. Não podemos agir como desesperados, temos que ter cautela para não colocar em risco nosso futuro!

As entidades deliberaram por marcar assembleia já no início de junho, após encaminharmos estas demandas a Sanepar.

Não caiam em conversinhas de “pé de oreia” nos corredores e salas da companhia.

Apenas o Sindicato defende seus direitos.

Patrões só querem saber de lucros!

Juntos na luta.

Marco Antônio de Paula Santana, presidente.

Confira a nota do Coletivo Sindical:

Um dia depois de aumentar pela segunda vez no ano a tarifa de água e esgoto para cumprir seu compromisso com o sistema financeiro, em prejuízo da população paranaense, a Sanepar reafirmou seu descompromisso com o trabalhador sanepariano e sanepariana.

A empresa respondeu ontem (18) o ofício sobre o PPR dos trabalhadores e mais uma vez deu de ombros com a reivindicação de estabelecer critérios que garantam o recebimento de um PPR decente para os próximos anos.

Infelizmente, o governo atual tem empreendido uma série de ataques ao PPR dos trabalhadores: Ano passado, através de uma falcatrua aprovou o fim da distribuição igualitária do PPR. No começo desse ano, acabou com a obrigatoriedade do índice mínimo de 25% para distribuição do PPR aos trabalhadores.

Enfim, ficar quieto agora e dar um cheque em branco para a empresa é correr o risco lá na frente esse cheque ser sem fundo com o trabalhador amargando ter que ver uma boa parte do seu PPR ir parar nos bolsos dos acionistas. Não dá para entender qual o medo da Sanepar em querer se comprometer com seu próprio trabalhador que é quem faz a empresa funcionar.

Sobre o PPR desse ano, tivemos alguns avanços como a retirada das metas do ICC  – Indice de Contrato de Concessões  e da Evasão de Receitas II, o que acabou aumentando  o valor  de R$ 9.183,09  para R$ 10.514,03; Também conseguimos garantir  a inclusão da cláusula que garante o pagamento integral para os trabalhadores afastados  por doença.

Porém, o mais importante que é estabelecer a garantia do recebimento de um PPR decente lá na frente temos enfrentado a inexplicável resistência da empresa. O que, ao nosso ver, só pode ser birra.

É fato que quanto mais valorizado, mais motivado é o trabalhador, o que resulta em produtividade e qualidade para a empresa. Esse é um conceito moderno de administração de empresa.

Porém, parece que, nesse sentido, a Sanepar ainda está na idade da pedra. Quem dera, tivesse o mesmo cuidado com o sanepariano com o cuidado que tem com sistema financeiro.

A luta continua.

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