Editorial: Sanepar ruma para o Colapso!

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A Sanepar, historicamente reconhecida pela qualidade de seus serviços, está caminhando para um abismo. Com a proposta de um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que atingirá mais de 26% de seus funcionários, a companhia flerta com o desastre.

A sobrecarga de trabalho imposta aos empregados, devido à falta de pessoal, já está acarretando diversos afastamentos, com problemas psicológicos, de saúde mental e física. Isso afeta não só os trabalhadores, mas também prejudica ainda mais a qualidade dos serviços da companhia, que já enfrentam sérias dificuldades.

Além disso, a Sanepar vem descumprindo os acordos coletivos ao realizar alterações nas escalas de trabalho para tentar suprir a escassez de funcionários. Essas mudanças arbitrárias intensificam o desgaste dos trabalhadores, que já sofrem com a pressão de manter a empresa funcionando com um quadro reduzido.

A sobrevivência da empresa como prestadora de um serviço essencial está em risco, pois não há qualquer planejamento para a reposição de pessoal. A Sanepar já opera no limite. Seus funcionários, sobrecarregados, lidam diariamente com a falta de pessoal suficiente para manter a qualidade dos serviços, o que afeta, em última instância, a saúde pública.

Não há como esconder: o saneamento é fundamental, e a Sanepar está afundando na sua própria inércia, empurrando trabalhadores ao esgotamento.

A pergunta que fica é: quem vai pagar a conta? A resposta é simples — a população paranaense.

Este PDV, promovido sem nenhum plano claro de reposição dos quadros, é uma manobra irresponsável. A direção da Sanepar parece ignorar o óbvio: um colapso iminente nos serviços. Quem assumirá as operações depois que centenas de funcionários experientes saírem? Quem garantirá o atendimento em um setor que já sofre com a escassez de mão de obra?

Se nada for feito, a Sanepar está fadada a seguir o mesmo caminho da Enel, que, ao reduzir drasticamente sua força de trabalho, transformou o fornecimento de energia elétrica em um caos. A Enel jogou a população na escuridão, provocando apagões e uma série de problemas que ainda persistem. A Sanepar parece pronta para fazer o mesmo com o saneamento no Paraná.

A redução de custos às custas da qualidade e eficiência nunca foi uma estratégia sustentável. A Sanepar está brincando com fogo ao negligenciar o impacto do esvaziamento de seu corpo técnico.

O resultado será devastador: redes de esgoto mal mantidas, água tratada de forma inadequada e um serviço que, ao invés de ser básico, poderá se tornar um luxo inacessível.

Estamos falando de vidas. A falta de saneamento adequado pode gerar surtos de doenças, contaminação da água e outros problemas que afetam diretamente a saúde pública.

Vale a pena economizar alguns milhões hoje para, amanhã, enfrentar uma crise sem precedentes?

O povo do Paraná não pode arcar com o preço da incompetência e da falta de visão estratégica de seus gestores. Se a Sanepar falhar, quem pagará com a saúde e o bem-estar será a população.

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